Ceratocone

É uma doença no qual a córnea, por uma predisposição genética, tem uma elasticidade aumentada e tende-se a protruir, portanto curva-se para frente, assumindo um formato de cone.

Outro fator importante para o desenvolvimento e progressão do ceratocone, principalmente para esses pacientes com predisposição genética, é o ato de coçar os olhos. Portanto, pacientes alérgicos, coçadores crônicos, devem sempre ser submetidos a uma avaliação oftalmológica para controle da alergia e investigação de ceratocone.

Os principais sintomas dessa doença são uma instabilidade do grau (o grau vai aumentando progressivamente ao longo dos anos) e uma baixa visão que muitas vezes não melhora com uso de óculos ou lentes de contato gelatinosas.

Hoje dispomos de tecnologia e conhecimento para parar a progressão e melhorar a qualidade de vida do paciente com ceratocone.

Crosslinking (Controle da progressão)

Esse procedimento é indicado para estabilizar a doença, ou seja, parar a progressão, impedindo que a córnea continue encurvando e consequentemente aumentando progressivamente o grau.

Consiste em aplicar uma medicação (riboflavina – vitamina B2) na superfície da córnea que, ao reagir com a luz ultravioleta, promove uma ligação mais rígida entre as fibras de colágeno, enrijecendo a córnea.

Adaptação de Lentes de Contato Rígida Gás Permeável (Reabilitação Visual)

As lentes de contato rígidas corneanas gás permeável são indicadas para aqueles pacientes que possuem altos graus de astigmatismos, que desejam uma adaptação mais fisiológica, podendo passar mais tempo com as lentes do que com as lentes gelatinosas, ou que apresentam córneas irregulares, em que os óculos ou as lentes gelatinosas não conseguem corrigir o grau do paciente, como é o caso de cicatrizes corneanas e CERATOCONE.

Diferente das lentes gelatinosas, elas não têm nenhuma relação com o grau do óculos. Neste processo, o modelo da lente é baseado em características como a curvatura corneana do paciente e em diversos testes realizados em consultório médico.

Lentes de Contato Esclerais

Indicadas para aqueles pacientes que apresentam ceratocone muito avançado em que a curvatura corneana muito elevada não permite boa adaptação com lentes de contato rígida corneana ou para aqueles pacientes que apresentam intolerância/desconforto com as lentes corneanas.

São lentes de diâmetros maiores que se apoiam na esclera (parte branca do olho), portanto, são mais fáceis de adaptar por causarem menor desconforto. Em contrapartida, deve-se ter o tempo de uso mais limitado por fornecer uma menor oxigenação para a córnea quando comparada às lentes corneanas. 

Anel Instraestromal

Trata-se de um procedimento em que é implantado segmentos de anel de acrílico no estroma corneano. Este anel, cujo mais famoso é o anel de ferrara, tem a finalidade de aplanar e reduzir a irregularidade corneana, melhorando o grau e a qualidade de visão.

É indicado principalmente para aqueles pacientes que não conseguem boa visão com óculos ou lentes de contato gelatinosas e não se adaptaram às lentes de contato rígidas corneanas ou esclerais. 

Atualmente este procedimento pode ser feito com um laser ultrapreciso, chamado de laser de femtosegundo.

Transplante de Córnea

Quando o ceratocone é muito avançado, a ponto de não ser possível adaptação de lentes de contato rígidas e não ter espessura corneana suficiente para implante do anel intraestromal, o transplante de córnea está indicado. Na maioria dos casos é indicado o transplante lamelar anterior profundo (DALK) em que se troca toda a parte anterior da córnea mantendo-se a última camada (mais posterior). Essa técnica reduz significativamente as chances de rejeição do transplante. Quando o DALK não é possível realiza-se o transplante penetrante (PK) em que se troca todas as camadas da córnea.